Figurativamente
Estava simplesmente assim: entre a ponta da espada do Vingador (igualzinho ao personagem do desenho “Caverna do Dragão”) e o tridente do Diabo, bem assim, Diabo com “D” maiúsculo. Se ao menos fosse anjo para poder voar…mas não era. Era de carne e osso, pobre mortal, para não dizer miserável e indigno.
Naquele instante não sabia se o que mais o consumia era o calor que vinha das chamas do inferno, a fome a torcer o estômago, a sede que ressecou a garganta ou a cabeça que latejava pelas muitas perguntas sem respostas que circulavam nela.
Seria tudo isso uma piada de humor negro? Um pesadelo por estar sufocado onde o ar não circulava? O inconsciente manifestando de forma figurativa os seus maiores temores? Como era possível saber?! Soluçava um choro sem lágrimas, mesmo sem nunca ter acreditado que isso fosse possível. Fechava os olhos e continuava enchergando o fogo cada vez mais próximo a queimar seus negros e longos cabelos.
Vingador respirava raivoso e o Diabo sorria. Deveria dizer o número da besta? Bobagem, já que nunca fora de cultuar o demônio. Ao olhar para os pés que já não sentia, o chão ruía. Foi só o tempo de concluir que estaria suspenso e começou a cair no abismo de chamas, vertiginosamente.
Quando abriu os olhos viu-se deitado em uma banco, sob o sol do meio-dia no Parque Marinha do Brasil. Esfregou as mãos no rosto e sentiu um cheiro que não identificou ser de enxofre. Tirou as roupas maltrapilhas, banhou-se no Guaíba e concluiu que não estava sonhando, apenas vendo o mundo como ele verdadeiramente era.
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Agora é a vez da “mainha” Ivete Sangalo Outra dimensão
Adorei seu conteúdo Parabéns, bem completo e dinâmico.
Era exatamente o que eu estava buscando na internet e
todas as minhas dúvidas foram tiradas aqui. Muito sucesso e
gratidão!