Quadrado de madeira-chão
Às vezes é bom imaginar-se objeto, morto.
Ao nos abstrairmos, “viajamos”, deixamos de sentir o corpo por alguns segundos, na tentativa de fazer a mente parar de pensar. E ela não pára.
Mas, ao nos imaginarmos objeto – um quadrado de madeira como este que você vê revestindo o chão! nos sentimos livres. Livres de pensar, para não agir, não sentir, perder a noção da realidade que nos cerca…
Uma caneta não representaria o mesmo simbolismo. Ela pode dar vida ao pensamentos da mão que a coordena. Tem que ser madeira, bruta!
Colada ao chão de terra, onde o único sinal de sua existência é o “toc” do sapato preto que a toca. Tem que ser lisa, unida a tantas outras iguais, para ser varrida e continuar muda.
E ser marrom, da cor do chão, para não chamar a atenção, e morrer na inércia de um quadrado que não tem coração.
Nina, 09/08/2006
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