A cor do céu na hora em que partires
Hoje fiquei em dúvida se sou uma pessoa altamente sensível ou facilmente impressionável. Fazendo o que não devia num momento em que tenho várias coisas para fazer, na frente da TV me deparei com a exibição de um filme que ainda não tinha visto, e não consegui me desligar antes que terminasse. Tentava fugir da frente da TV, mas estava presa em uma história que realmente mexeu comigo.
Assitia Vanilla Sky, e pela primeira vez gostei de uma atuação de Mister Tom Cruise. Mas é claro que não foi isso que me fez não parar de ver o filme, e sim o seu enredo, de uma complexidade impressionante, pelo menos para mim. E fiquei um pouco torpe com a profusão de sensações que nem eram minhas que passei a sentir.
Passei a teorizar sobre cores do céu, como se seu colorido pudesse ter sempre nomes de coisas comestíveis. Azul cor de algodão doce é a cor que o céu tem em dias ensolarados e limpos de inverno. O céu do Cruise no dito filme, que ele escolheu para seu momento derradeiro, tinha cor de baunilha. Mas os dias melancólicos que nos fazem perder o sorriso não tem cor de comida, porque são cinzas. Ou por acaso você come a lama arenosa das ruas de Porto Alegre, que também é cinza?
No dia em que eu partir, se puder escolher, quero que o céu esteja cor de tangerina, como neste lindo pôr do sol que só o Guaíba tem.
Janina Stasiak, 06/07/2008 – 19h16
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