Uma platéia muito educada
Hoje tem show do Guns N’ Roses e do Dream Theater em Porto Alegre e o trânsito na Av. Assis Brasil, zona norte da capital vai fazer com que muitos percam a cabeça. Não vou porque neste momento, haja fundos e disposição para tanta coisa. Em novembro já garantimos nossas entradas para o show do Franz Ferdinand que é nesta quinta-feira, um seguro para a diversão, dado o profissionalismo e talento que sempre acompanham as bandas inglesas.
Mas este burburinho todo me alegra e me envaidece, de certa forma. Grandes espetáculos em Porto Alegre dão-me a impressão que a mais provinciana das capitais do Brasil (como diria meu chefe), não está tão à margem do mundo. Aos poucos, pelo menos no mapa (infelizmente ainda não no comportamento…) estamos deixando de ser tão “interior do país”.
Por outro lado, penso que não ir ao show evita a frustração (dados os boatos de que a voz do vocalista já não tem o mesmo potencial e sua performance no palco já não é a mesma) e o fim de tantas lembranças boas de minha adolescência, embaladas pelas músicas de Axl e banda. So Fine me embalou depois dos 20 e tenho certeza de que continua encantando a gurizada que nem era nascida no auge da fama do Guns.
Ontem, véspera do show em Porto Alegre, assistindo o Top Top da MTV sobre os “piores empregos do mundo da música”, vi mais detalhes sobre uma das facetas do músico: nem sempre, ele está a fim de fazer um show, criando problemas para seu empresário. E no show de São Paulo desta mesma turnê, o astro já desforme ameaçou encerrar o show logo no começo da apresentação por terem lhe atirado uma garrafa de àgua. Tal como aconteceu com Carlinhos Brawn no Rock In Rio. Pagou para fazer fiasco? Quanta ignorância de uma platéia que paga caro para ver um show de música.
Por isso um pedido singelo à todos os gaúchos e fãs do Guns N’ Roses (e de qualquer banda, artista ou músico que se apresente em Porto Alegre): mostrem que somos uma platéia educada, capaz de prestigiar grandes shows. Axl não tornou-se um músico milionário por sua simpatia e sim por suas músicas. Cá entre nós, apesar da demora e críticas, Chinese Democracy é um ótimo disco, elaborado até demais para os ouvidos toscos acostumados a reclamar antes de apreciar.