Agora é a vez da “mainha” Ivete Sangalo
Se até bem pouco tempo atrás ACM (o político Antônio Carlos Magalhães) era considerado o grande pai do povo baiano, pode-se dizer que atualmente quem reina na terra da alegria é a cantora Ivete Sangalo. Pelo menos foi a impressão que tive após passar alguns dias em Salvador.
Por todas as ruas da capital baiana estão expostos outdoors publicitários tendo a rainha do axé como garota propaganda. Impossível passar pelas lindas ladeiras do Pelourinho e não ter na mente as imagens do mais recente comercial da Nova Schin que é protagonizado por Ivete no mesmo local. Por sinal esta mesma cerveja está presente em todos os cantos daquela cidade, assim como as músicas da cantora tema deste texto, que tocam repetidamente nas rádios soteropolitanas.
A comparação de Ivete com o aclamado “painho” ACM justifica-se em dois pontos: pela presença constante do nome de ambos em muitos pontos da cidade e por colaborarem com a perpetuação de dois fatores importantes da cultura baiana. Afirmo isso por ser Antônio Carlos Magalhães um dos grandes responsáveis pelo belo acervo de arte sacra que pode ser visitado no Museu Abelardo Rodrigues e por Ivete ser hoje a grande referência musical do carnaval da Bahia.
Diferentemente de nós, gaúchos (bairristas?) que vivenciamos nossas tradições de forma discreta e de acordo com as preferências de cada um, os baianos comportam-se como quem tem orgulho da própria cultura e a exibem com paixão. Mas, acima de qualquer comparação, há algo realmente notável no “ser baiano”: a fé. E o sentimento é tamanho que foi capaz de abrigar no coração daquele povo, a devoção por todos os santos.
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