Quando percebi que não era mais criança
Percebi que havia crescido quando não encontrei mais uma parte importante de mim. Eu havia deixado na infância algo que me era fundamental, e que me fazia sonhar infinitamente.
Naquele tempo eu viajava por caminhos estranhos, como se os conhecesse. E sorria sozinha, feliz por não ter que dividir meu pequeno universo com ninguém. Achava que nada poderia me tirar esta riqueza.
E a minha riqueza de infância era a capacidade de criar mundos que jamais existirão, passear por eles, mesmo que isso me custasse o sono de uma noite inteira. De olhos trincados eu via o dia nascer, e no meu universo imaginário todos os dias nasciam com sol.
Ao deparar-me com o mundo real no momento em que cresci, o universo que eu havia construído esvaiu-se como água, e vi meus sonhos tombados ao chão, uma a um.
De toda a riqueza que eu tinha quando criança, sobrou-me apenas isso que chamo de imaginação fértil.
Janina, 12/03/2007
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