Alguém para barrar o terrorismo
#JeSuisCharlie
Esse é um assunto bem pesado, mas não tenho como não escrever e refletir sobre isso.
Ainda em 2013, quando estive na Europa pela segunda vez, em férias, me senti um tanto quanto perturbada com a profusão de burcas e nikabs que vi em Londres, Paris e Bruxelas. Estava à turismo e não lembrava de ter visto tantos muçulmanos quando estive pela primeira vez na França em 2010.
Desde 2011 tenho uma irmã que mora na França e é casada com um francês, por isso tenho acompanhado com uma certa atenção tudo que está acontecendo no país. Em dezembro passado, o destino nos trouxe de mala e cuia para a Bélgica, como mencionei neste post aqui. Como mencionei no post anterior, não viemos atrás da Bélgica: ela nos escolheu.
Vizinhando minha irmã tão perto, a opção mais óbvia foi passar o Natal com ela e sua família francesa. Preocupava-me o fato de no mês de dezembro, 3 ataques terroristas terem acontecido no país, um deles bem próximo da cidade onde iríamos.
Para minha surpresa, os franceses não associaram estes ataques com atos terroristas. Não sei vocês, mas um país com tantos estrangeiros achar normal que 3 pessoas perturbadas atentem contra a vida de outras, perto de uma data tão importante para o mundo cristão como o Natal, é algo que merece muita atenção.
E não estava errada em pensar assim, pois hoje ontem, dia 07/01/2015 ocorreu um grave ataque terrorista em Paris. O jornal satírico Charlie Hebdo foi alvo de atiradores que ao pararem de atirar, disseram “Alá foi vingado!”. Até o momento em que escrevo, são 12 mortos. Se a França e a Europa estavam precisando de um sinal claro de que precisa conter a invasão muçulmana, ele chegou. E com violência.
De forma alguma defendo a teoria de que se deve impedir as pessoas de circularem livremente, de viverem em outro país além do qual nasceu. Esse mundo é tão grande para se viver a vida inteira em um mesmo lugar… Eu mesma sou estrangeira em um país que nos recebeu muito bem por sinal.
Tenho um histórico de convivência com pessoas de diversos países do mundo, pois fui membro por 3 anos de uma ONG Internacional de Intercâmbio, onde o objetivo (meio utópico, meio Miss Universo, eu sei) é promover a Paz Mundial. A ideia toda é que os jovens, através de uma experiência de trabalho em outro país, conheçam e respeitem outras culturas, de forma pacífica.
Cada lugarzinho desse mundo tem sua própria cultura, sua história, seus meios de viver em sociedade. E é isso que eu prego, que devemos respeitar o território alheio. Assim como me emocionei com fato de ter introduzido o chimarrão na vida de não gaúchos, espero poder morar na Bélgica e viver como os belgas. Cada vez que saio na rua para fazer alguma coisa, observo como se vestem, o que compram para comer no supermercado, seus hábitos em geral.
E é esse o problema que vejo em muitos muçulmanos que vivem na Europa ou fora de seu país de origem. Eles não aceitam a cultura que os está recebendo. Não que devam abandonar sua religião, mas entender que existem diferenças e que em termos culturais e comportamentais, não existe certo ou errado.
Para quê sair do seu país, onde tem as pessoas e coisas que ama, se quer continuar vivendo como se estivesse ainda lá? Não consigo entender essa lógica.
Nós viemos para a Europa após muito tempo de busca por uma oportunidade para viver fora do Brasil, estar em contato com outras culturas, aprender novos idiomas. Mas, infelizmente, somos exceção.
Nos assusta muito saber que à qualquer momento, ataques como este da França podem acontecer aqui na Bélgica. Algo precisa ser feito para controlar a violência pregada por grupos radicais e terroristas, como o Estado Islâmico, e que recebem cada vez mais seguidores. Uma sociedade tão evoluída como a nossa não pode mais aceitar a existência de mulheres bomba e atiradores impassíveis que matam em nome de seu Deus e sua religião. Alguém precisa, definitivamente, acabar com isso.
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