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Divagações sobre alguns tipos de dor

Olheiras sempre são sintomas de que algo não está bem em seu corpo ou seu psicológico e que você, literalmente, não dormiu bem.

Fora o fato de não ter aquele abraço, que me faz dormir como se estivesse no colo de un anjo, esta manhã, muito antes da hora prevista para acordar, fui surpreendida por uma dor insuportável no lado direito do pescoço e ombro. Lógico que voltei para a cama, a idéia é sempre que dormir mais um pouco (assim como tomar chimarrão, dar risada ou receber um abraço) é o melhor remédio para qualquer espécie de sofrimento.

Fiz o que minha fisioterapeuta amiga minha indicou e fui para o chuveiro. No espelho a constatação catastrófica de que estava com olheiras, ohoh, meu corpo não estava legal. E aí iniciaram uma série de divagações (algumas um pouco viajantes, eu sei) sobre a dor.

Primeiro é que doemos sempre, e pelas coisas mais diversas. Eu sempre fico doída, já você eu não sei, quando uma pessoa que considero minha amiga mal me olha ao responder meu cumprimento. Fico percorrendo mil caminhos em atos passados para descobrir o que fiz de errado para esta pessoa não querer mais ser minha amiga e me tratar com desdém. E acreditem, se tem coisa que dói nesse mundo é ser igmorado, ser tratado como se você não fosse nada.

Tá certo que eu tenho um sério problema de aceitação: em primeiro lugar, muitas pessoas que hoje são amigas de verdade me disseram que não gostavam da minha pessoa logo que me conheceram. Eu tenho um sério problema com isso, porque desejo sempre que todos me adorem. Mas, tranqüilamente, só uns 5% dos que me conhecem me adoram. Me conformo quando penso no fato de que nem Jesus Cristo agradou à todos, comigo não poderia ser diferente. Mas que isso dói, dói.

Ficar esperando, podem crer, também dói muito. Ainda mais se for um telefonema, um e-mail, um oi da pessoa que mais amamos no mundo. Dói mais ainda se você for um poço de ansiedade, porque nestes casos você dói por tudo.

E tem também a dor que sinto por este monte de pessoas miseráveis que ficam circulando por aí, que acham que são melhores que os outros e no fundo são pobres de alma, de espírito, de cultura, de vida própria. Uma criatura que fica falando mal dos outros pelas costas é um exemplo ideal de como estamos rodeados por pessoas de caráter baixo. E conviver com este tipo de pessoa, se é que podemos chamá-las assim, além de te deixar de baixo astral, dói muito. Ainda bem que em casa não existe este tipo de coisa. Bem pelo contrário, sempre tem uma amiga querida que cuida de ti, cuja companhia ajuda a aliviar as dores hipócritas que trazemos da rua. E é claro, o carinho e a atenção daquele que mais amo nesse mundo.

E a última das divagações: hoje vi amoras doídas, que com o vento caíram e jaziam esmagadas da calçada…quanta dor deveria haver naquelas manchas roxas.

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